A noite ia alto na casa das donzelas, mas Elina não conseguia dormir. As palavras de Sear construíram imagens na cabeça da menina e essas imagens insistiam em ficar voltando, voltando e voltando. Sair dos limites do território, achar uma elfa, numa cidade perdida, ela tem um unicórnio… Elina estava realmente animada e orgulhosa.
Sentou-se na cama e olhou para fora. A grande lua iluminava toda a vila. A maior parte das tochas estavam apagadas e todos estavam dormindo. A sua volta, o silêncio era completo e ela podia ver, na escuridão, o perfil das outras meninas dormindo. Alguém se moveu na cama, no outro lado da plataforma.
Elina olhou para a lua e era possível ver seus olhos verdes, brilhantes e delicados entre as sombras que as folhas das árvores projetavam em seu rosto. A menina fechou os olhos e silenciosamente mexeu os pequenos lábios, murmurando uma prece de agradecimento e pedindo proteção.
Sear me acha boa caçadora. Eu, entre todas as meninas, fui a escolhida. Vou viajar com Sahar, para fora dos limites dos elfos, vou conhecer um unicórnio… Elina sentia medo, porém mais que tudo, curiosidade e orgulho. Agora ela era uma exploradora e todos confiavam nela: Fares, Sahar e as outras meninas, assim como todos os elfos e elfas da vila. Sear disse que todos contavam com ela. Amanhã seria o início de sua grande aventura…
Naquela noite, a menina ainda levou muito tempo para conseguir dormir.
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By Jim Bruno Goldberg