A manhã luminosa atingiu a vila dos elfos e já encontrou toda a casa das donzelas de pé. As meninas iam e vinham numa agitação sem precedentes.
Os elfos adultos estavam começando o seu dia; Fares, as outras tutoras e as meninas estavam no chão, a volta de Elina. O leão estava sentado a um canto, enquanto a conselheira colocava a mochila na pequena Elina e dava milhares de conselhos de última hora: não durma no vento, coma direito, não esqueça do quê te ensinei… e Elina repedindo:
– Sim, senhora. Sim, pode deixar. Sim, eu cuido…
O leão olhava a cena impaciente:
– Fares, deixe a menina respirar um pouco. Ela vai ficar bem. Nem se ela fosse sua filha devia chatear a menina tanto. – Algumas das meninas começaram a rir baixinho.
– Mas ela tem que se cuidar, Sahar, ela é só uma criança…
– Sim, sim, eu sei. Deixa que eu cuido dela, Fares. Como se você mesma não fosse pouco mais que isso…
A jovem elfa fez uma cara de descontente para ele e voltou novamente sua atenção para Elina.
A pequena estava muito feliz e agitada: todas as outras meninas estavam lá para dar adeus a ela. As outras tutoras, Mathys e Ghya acompanhavam as outras crianças, que também estavam agitadas, querendo saber e participar de tudo.
Fares abraçou longamente a pequena caçadora e deu um beijo no seu rosto. Elina pode sentir o cheiro conhecido e familiar da jovem conselheira e quando viu as lágrimas nos olhos dela, se deu conta que estava realmente indo embora.
– Menina, não se esqueça de tudo que te ensinei. E tome muito cuidado lá fora. Amamos muito você.
De repente, Elina ficou com um grande frio na barriga e abraçou a conselheira com toda sua força.
– Também te amo, Fares. Vou ficar bem, pode deixar. Além disso, estarei com Sahar. Ele cuida de mim.
– Sim, eu sei, Elina. Vá, vá que o velho leão está impaciente, querendo partir.
Com isso, Sahar chegou ao lado da menina que de um pulo montou nele, agarrando na juba do grande leão.
– Adeus meninas – abanou Elina – Adeus Fares. Assim que achar o que estou indo buscar, eu volto.
Fares abanou de volta, com um nó na garganta. Sua pequena Elina estava linda, segura de si daquela forma.
– Pronta, criança? – perguntou o leão, virando a cabeça para olhar a menina, pronto para partir.
– Sim, Sahar. Podemos ir. – respondeu a menina, já olhando para as árvores lá adiante, na floresta, com um sorriso nos lábios.
Sahar saiu marchando da vila, com a pequena humana de pele bem clara e olhos profundos, nas costas. E em pouco tempo eles haviam deixado para trás a vila, os elfos e tudo mais.
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By Jim Bruno Goldberg